Mídia internacional repercute decisão de Moraes que proibiu Bolsonaro de viajar aos EUA

Ex-presidente é investigado em inquérito conduzidos pelo ministro, por supostamente tramar o que seria uma tentativa de golpe

A ausência do Jair Bolsonaro na posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, gerou repercussão na mídia internacional. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu não devolver o passaporte do ex-presidente, o que impede sua viagem.

A decisão foi amplamente noticiada pela mídia internacional. Os jornais afirmaram que Bolsonaro não ocupa atualmente uma posição que justifique sua presença no evento.

Veículos como o The New York Times destacaram os desafios legais enfrentados por Bolsonaro e sua visão sobre os EUA e Trump. A publicação afirmou que ele busca no país uma solução para suas dificuldades no Brasil.

“O ex-presidente brasileiro, pressionado por investigações criminais, olha para os EUA para mudar a política de sua nação — e talvez mantê-lo um homem livre”, escreveu o jornal.

The Washington Post abordou os conflitos entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes, ao mencionar as críticas do ex-presidente ao ministro, a quem considera um inimigo pessoal.

The Washington Post destaca não ida de Bolsonaro à posse de Trump
The Washington Post destaca não ida de Bolsonaro à posse de Trump | Foto: Reprodução/TWP

“O juiz Alexandre de Moraes, que Bolsonaro chama frequentemente de seu inimigo pessoal, disse na decisão que o político de extrema-direita atualmente não ocupa nenhuma posição que lhe permitiria representar o Brasil no evento […]”, escreveu o Washington Post.

Jair Bolsonaro se manifestou no Twitter/X

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Jair Bolsonaro se pronunciou no Twitter/X e acusou o sistema judicial brasileiro de perseguição política. Em sua publicação, ele comparou sua situação aos processos enfrentados por Trump. “Trump superou o ativismo judicial”, escreveu. “Eu também o superarei.”

O site da emissora Al Jazeera, do Catar, descreveu o confisco do passaporte de Bolsonaro como parte das investigações em andamento e chamou o ex-presidente pelo apelido de “Trump dos Trópicos”. A emissora afirmou que, apesar das negativas do brasileiro, a polícia considera sua fuga um risco real.

Segundo o The Guardian, do Reino Unidos, a apreensão do passaporte ocorreu em fevereiro, durante um inquérito sobre uma suposta conspiração para desestabilizar a democracia brasileira. O jornal lembrou que Bolsonaro é uma das quase 40 pessoas acusadas de conspirar para impedir que seu “sucessor de esquerda assumisse o poder por meio de um golpe de direita”.

O espanhol El País mencionou que a vitória de Trump foi recebida com euforia pelos apoiadores de Bolsonaro, mas ressaltou que o ex-presidente enfrenta crescentes problemas legais. O jornal lembrou que Michele estará em Washington, para representar o ex-presidente na cerimônia de posse, conforme ele disse em entrevista a Oeste.

Por fim, a France24 noticiou que a decisão de manter o passaporte retido está fundamentada no “temor de que Bolsonaro ainda represente um risco de fuga”, quase um ano depois da apreensão do documento.

*Fonte: Revista Oeste