Militar investigado por suposto plano de golpe pede a anulação da delação de Cid depois de vazamento de áudio

Tenente-coronel citou reportagem publicada pela revista Veja

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a anulação da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Conforme a Polícia Federal (PF), Azevedo é um dos “kids pretos” que compunham o que seria um plano de assassinato do então presidente eleito Lula, do vice do petista, Geraldo Alckmin, e do próprio Moraes.

Na petição protocolada nesta sexta-feira, 31, Azevedo citou um áudio divulgado pela Veja, no qual Cid afirma que “nunca falou a palavra golpe” ao firmar a colaboração premiada com a PF. De acordo com a revista, a gravação é do primeiro semestre ao ano passado.

“Não há dúvidas de que os áudios divulgados pela imprensa indicam possível ocorrência de coação e de ausência de voluntariedade na manifestação de vontade do colaborador, o que, por razões evidentes, deslegitima, invalida e torna ilícito o conteúdo do termo do acordo de colaboração premiada firmado entre Cid e a PF”, observou a defesa de Azevedo. “Por tais razões, necessário se faz o reconhecimento da nulidade do firmado entre Cid e a PF, cujo conteúdo sabidamente não condiz com a versão fática conhecida e professada pelo colaborador.”

Outros áudios sobre Mauro Cid

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante-de-ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, durante depoimento na CPMI do 8 de Janeiro | Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Em setembro do ano passado, a Veja publicou áudios nos quais Cid afirma que suas declarações à PF eram distorcidas para completar lacunas da investigação contra aliados de Bolsonaro.

“Eles estão com a narrativa pronta”, revela Cid, em uma gravação. “Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles.”

*Fonte: Revista Oeste