Declaração do presidente da Câmara ocorre em contexto de articulações de Jair Bolsonaro para alterar Lei da Ficha Limpa
Nesta terça-feira, 4, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que considera o período de oito anos de inelegibilidade um tempo extenso. A declaração ocorreu em um contexto de articulações do ex-presidente Jair Bolsonaro para alterar a Lei da Ficha Limpa e reduzir esse período para dois anos.
“Oito anos são quatro eleições, é um tempo extenso na minha avaliação”, disse Motta, ao canal CNN Brasil. Ele reconheceu que a Lei da Ficha Limpa trouxe mudanças significativas para o cenário político brasileiro. Além disso, reconheceu que o país já se adaptou a essas regras, as quais considera boas.
No entanto, ele ressaltou que qualquer discussão sobre possíveis alterações na lei dependerá do interesse de partidos ou parlamentares em abordar o tema.
“Se houver interesse, e aí entra o cenário de 2026, que começou a falar para tratar a inelegibilidade de Bolsonaro, aí o Congresso vai discutir, o Congresso é soberano”, afirmou Motta. “Esse não foi um tema, um assunto que eu dialoguei com os líderes para sentir o ambiente sobre a necessidade ou não de uma mudança na Lei da Ficha Limpa.”
Além das falas de Hugo Motta, Jair Bolsonaro tem desafios na Justiça
![Jair Bolsonaro](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2025/01/Bolsonaro-1-scaled.jpg)
Jair Bolsonaro enfrenta uma série de desafios legais. A Polícia Federal o indiciou por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Caso haja condenação com a pena máxima, o ex-presidente poderá permanecer inelegível até o ano de 2061.
Além disso, Bolsonaro já tem o impedimento de disputar eleições até 2030. Ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao contestar a eficiência das urnas eletrônicas.
Outras acusações contra o nome do PL incluem suposta fraude no cartão de vacinação para viajar aos Estados Unidos e o caso das joias sauditas.
À imprensa, Bolsonaro evita comentar quem poderia substituí-lo nas próximas eleições, caso sua situação de inelegibilidade não tenha reversão a tempo. Em entrevistas, expressou confiança de que o Congresso poderá encontrar uma solução para reverter sua inelegibilidade.
*Fonte: Revista Oeste