Hugo Motta, sobre inelegibilidade: ‘8 anos é um tempo extenso’

Declaração do presidente da Câmara ocorre em contexto de articulações de Jair Bolsonaro para alterar Lei da Ficha Limpa

Nesta terça-feira, 4, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que considera o período de oito anos de inelegibilidade um tempo extenso. A declaração ocorreu em um contexto de articulações do ex-presidente Jair Bolsonaro para alterar a Lei da Ficha Limpa e reduzir esse período para dois anos.

“Oito anos são quatro eleições, é um tempo extenso na minha avaliação”, disse Motta, ao canal CNN Brasil. Ele reconheceu que a Lei da Ficha Limpa trouxe mudanças significativas para o cenário político brasileiro. Além disso, reconheceu que o país já se adaptou a essas regras, as quais considera boas.

No entanto, ele ressaltou que qualquer discussão sobre possíveis alterações na lei dependerá do interesse de partidos ou parlamentares em abordar o tema.

“Se houver interesse, e aí entra o cenário de 2026, que começou a falar para tratar a inelegibilidade de Bolsonaro, aí o Congresso vai discutir, o Congresso é soberano”, afirmou Motta. “Esse não foi um tema, um assunto que eu dialoguei com os líderes para sentir o ambiente sobre a necessidade ou não de uma mudança na Lei da Ficha Limpa.”

Além das falas de Hugo Motta, Jair Bolsonaro tem desafios na Justiça

Jair Bolsonaro
Ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Campanato/Agência Brasil

Jair Bolsonaro enfrenta uma série de desafios legais. A Polícia Federal o indiciou por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Caso haja condenação com a pena máxima, o ex-presidente poderá permanecer inelegível até o ano de 2061.

Além disso, Bolsonaro já tem o impedimento de disputar eleições até 2030. Ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao contestar a eficiência das urnas eletrônicas.

Outras acusações contra o nome do PL incluem suposta fraude no cartão de vacinação para viajar aos Estados Unidos e o caso das joias sauditas.

À imprensa, Bolsonaro evita comentar quem poderia substituí-lo nas próximas eleições, caso sua situação de inelegibilidade não tenha reversão a tempo. Em entrevistas, expressou confiança de que o Congresso poderá encontrar uma solução para reverter sua inelegibilidade.

*Fonte: Revista Oeste