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A jogada de Alcolumbre com a Petrobras

Carlo Cauti expõe planos do senador

Em texto publicado na Revista Oeste, o articulista Carlo Cauti aborda os esforços do senador Davi Alcolumbre (União-AP), novo presidente do Senado, para impulsionar a extração de petróleo na costa do Amapá.

A exploração dessa área, defendida pelo parlamentar como uma oportunidade de desenvolvimento econômico, tem sido alvo de disputas políticas, resistência ambiental e um cenário econômico instável.

A principal motivação de Alcolumbre é garantir que seu Estado se beneficie financeiramente com a exploração de petróleo. “O senador já declarou em diversas oportunidades seu interesse em ver avançar o projeto na região”, destaca o artigo.

Para isso, ele tem articulado com o governo federal, o que inclui um encontro direto com o presidente Lula, para reforçar a importância dos royalties para o Amapá. Esse esforço, no entanto, esbarra na resistência de setores ambientais e na posição ambígua do governo.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estimou que a emissão da licença ambiental “deveria sair ainda neste ano” e argumentou que a Petrobras cumpriu todas as exigências do Ibama. Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alegou que a decisão sobre o licenciamento “seria uma questão apenas técnica”.

Petrobras patina na economia

A Petrobras, diretamente envolvida na exploração da Margem Equatorial, enfrenta um momento desafiador. Em 2024, a produção total da estatal caiu 3%, e as exportações de petróleo e derivados diminuíram 1%. O último trimestre do ano foi ainda mais problemático, com uma redução de 22% nas exportações.

Para tentar reverter esse cenário, a presidente da estatal, a engenheira civil Magda Chambriard, anunciou um plano estratégico ambicioso até 2028, que inclui aumento de 9% nos investimentos gerais e 17% no refino.

Estima-se que as potenciais reservas da Margem Equatorial como um todo possam conter de 10 bilhões a 30 bilhões de barris de Petróleo, o que inclui a Foz do Amazonas
Estima-se que as potenciais reservas da Margem Equatorial como um todo possam conter de 10 bilhões a 30 bilhões de barris de Petróleo, o que inclui a Foz do Amazonas | Reprodução/Petrobras

A missão dada pelo governo Lula à estatal é clara: “Turbinar o Produto Interno Bruto do Brasil”. No entanto, a dependência de decisões políticas, como a exploração da Margem Equatorial, pode dificultar a concretização desses planos.

Apesar dos desafios operacionais e financeiros, um relatório do Bank of America mantém uma visão otimista sobre a Petrobras e argumenta que a estatal tem capacidade para superar sua meta de produção e gerar retorno positivo para acionistas no curto prazo.

Alcolumbre no fogo cruzado

A exploração de petróleo na Margem Equatorial não é apenas um tema econômico, mas também ambiental. O embate entre os interesses econômicos e a preservação ambiental ficou evidente na postura da ministra Marina Silva, que, apesar de sua responsabilidade direta no licenciamento, evitou se posicionar de forma clara sobre o tema.

Críticos defendem a ideia de que a exploração pode representar riscos para os ecossistemas da região, como a Bacia da Foz do Amazonas, área sensível e rica em biodiversidade. Por outro lado, defensores do projeto, como Alcolumbre, alegam que a extração de petróleo poderia impulsionar a economia local e reduzir a dependência brasileira de importações de combustíveis.

Alcolumbre é alvo de diversas investigações sobre a destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares | Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
Alcolumbre é o novo presidente do Senado | Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

A pressão de Alcolumbre pela exploração da Margem Equatorial reflete um embate clássico entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental. Se o governo optar por liberar a exploração, enfrentará oposição de ambientalistas e da comunidade internacional; caso a restrinja, terá de lidar com pressões políticas e econômicas vindas de aliados e do próprio setor de energia.

*Fonte: Revista Oeste