Parceria entre Prefeitura e UFR garante fixação de médicos recém-formados e qualificação da rede pública
A saúde pública de Rondonópolis está prestes a dar um salto de qualidade com a implantação da residência médica em Saúde da Família e Comunidade. O projeto, que foi apresentado pela Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) em 2021, ganhou força após a eleição do atual prefeito Claúdio Ferreira, que entendeu a importância do projeto para a cidade. Luta do vereador Dr. José Felipe Horta, a iniciativa visa fixar médicos recém-formados no município e aprimorar o atendimento prestado à população nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Após anos, o projeto finalmente saiu do papel. Ontem, foi votado e aprovado um importante recurso financeiro destinado à residência médica, garantindo que o programa tenha estrutura para iniciar suas atividades já em março deste ano. A aula inaugural está marcada para o dia 6 de março, um marco não apenas para Rondonópolis, mas para toda a região sul do estado.
A falta de médicos fixos na rede pública sempre foi um desafio para o município. Muitos profissionais acabam deixando a cidade após a formação, o que gera constantes lacunas no atendimento. “Com a residência médica, esse cenário tende a mudar. O programa permitirá que médicos recém-formados atuem diretamente nas UBS, sempre sob supervisão de professores especializados, garantindo um atendimento mais qualificado e resolutivo para os pacientes”, destacou o vereador Dr. Felipe Horta.
Outro grande impacto do projeto será a diminuição da sobrecarga nos serviços de especialidades. Hoje, muitas doenças simples que poderiam ser resolvidas nas UBS acabam sendo encaminhadas para médicos especialistas devido à insegurança ou falta de qualificação dos profissionais generalistas. Com a residência médica, os profissionais terão acompanhamento constante e discussões semanais sobre os casos clínicos, permitindo que mais problemas sejam resolvidos na atenção primária, reduzindo a fila de espera por especialistas.
Investimento na saúde e na economia local
O investimento da Prefeitura será mínimo diante dos benefícios gerados. O município destinará R$ 15 mil por residente, um total de R$ 70 mil por mês para os quatro profissionais que iniciarão o programa. “Esse valor é praticamente o mesmo que já é pago a outros médicos da rede pública, mas com a diferença de que os residentes terão um treinamento contínuo, garantindo um atendimento mais eficiente e humanizado à população”, explicou o vereador.
Além da melhoria na saúde pública, o projeto também traz impactos positivos para a economia local. Com a ampliação do curso de Medicina da UFR, que passará de 40 para 80 vagas, mais estudantes virão para Rondonópolis, movimentando setores como habitação, alimentação e serviços.
O avanço do projeto só foi possível graças ao empenho de diversas lideranças políticas e acadêmicas. O vereador Dr. Felipe destacou a importância da residência médica para o município e reforçou que essa conquista é fruto de um trabalho conjunto iniciado há quatro anos.
“Desde que tive conhecimento desse projeto, entendi a importância dele para nossa cidade. Ele não só fixa médicos recém-formados em Rondonópolis, como também melhora toda a rede pública de saúde. Quero agradecer ao prefeito Cláudio Ferreira, que assinou esse convênio, à secretária de Saúde Tânia Balbinotti e à reitora da UFR, Analy, que em 2021 me procurou para apoiar essa iniciativa”, afirmou.
Próximos passos
Com a aprovação do recurso financeiro, a residência médica está pronta para começar. As inscrições para o programa ocorreram entre os dias 11 e 16 deste mês, e aproximadamente 40 médicos, a maioria de Cuiabá, Rondonópolis e Minas Gerais, manifestaram interesse em participar.
Agora, o último passo antes do início oficial é a segunda votação da autorização do convênio entre a Prefeitura e a UFR, que deve ocorrer nos próximos dias. Com isso, a partir de março, os primeiros residentes começarão suas atividades nas unidades de saúde do município.