Esquema começou ser desbaratado em 2023 após execução de Zampieri
Após realizar duas fases em Mato Grosso e uma outra em outros estados, a Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira no estado de Tocantis a quarta etapa da “Operação Sisamnes”, com o objetivo de investigar crimes de obstrução de justiça, violação de sigilo funcional e corrupção ativa e passiva envolvendo informações do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação ocorre em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão é assinada pelo ministro Cristiano Zanin. Conforme apurado pela TV Anhanguera, a operação investiga a suposta participação de advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados no suposto esquema.
Conforme apurado, um dos alvos é advogado que atua como assessor jurídico do MPTO, lotado no gabinete de um procurador de justiça. Segundo as investigações, foi identificada uma rede clandestina de monitoramento e comércio ilegal de informações sigilosas sobre investigações sensíveis supervisionadas pelo STJ. O esquema criminoso comprometia a efetividade das operações policiais, frustrando suas deflagrações antes mesmo de serem executadas.
Diante das evidências, agentes da Polícia Federal cumprem um mandado de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão no estado do Tocantins. Além disso, foram determinadas medidas cautelares, incluindo afastamento das funções públicas, proibição de contato entre os investigados, restrição de saída do país e recolhimento de passaportes.
A Operação Sisamnes foi batizada em referência a um juiz persa do século V a.C., que teria sido punido por corrupção. A Polícia Federal segue com as investigações para desmantelar completamente o esquema criminoso e garantir a lisura das ações judiciais.
Em Mato Grosso, a “Operação Sisamnes” gerou o afastamento de dois desembargadores e um juiz. O caso veio a tona a partir da extração de dados do telefone celular do advogado de Cuiabá, Roberto Zampieri, morto em 2013 na porta do escritório dele.
O principal intermediador dos negócios no STJ (Superior Tribunal de Justiça) seria o empresário Andreson Gonçalves. Ele está preso em Brasília (DF).
*Fonte: FolhaMax