Segundo o Banco Central, esse foi o segundo pior resultado das contas públicas da série histórica, com um déficit primário de 2,29% do PIB
O déficit primário do setor público consolidado – formado por União, Estados e Municípios e empresas estatais – foi de R$ 249,1 bilhões em 2023, primeiro ano do governo Lula.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 7, pelo Banco Central (BC).
Em seu relatório, a instituição monetária central brasileira mostrou como o déficit primário no ano passado chegou em 2,29% do Produto Interno Bruto (PIB).
Esse foi o segundo pior déficit primário da série histórica do BC, iniciada em 2002.
O resultado primário é calculado pelo saldo entre as receitas e despesas, excluindo o
pagamento dos juros da dívida pública.
Governo Lula tem segundo pior resultado da história nas contas públicas
O resultado das contas públicas foi o pior desde 2020, primeiro ano da pandemia de Coronavírus, quando o rombo tinha sido de R$ 703 bilhões.
Entretanto, aquele ano foi considerado completamente atípico para a contabilidade pública por causa da contração do PIB provocada pelas restrições de movimento.
O resultado negativo de 2023 reverte o superávit nas contas públicas registrado em 2022, quando o setor público consolidado fechou no azul de R$ 126 bilhões, representando 1,25% do PIB. Em 2021 o resultado positivo tinha sido de R$ 64,7 bilhões.
Segundo o relatório do Banco Central, a piora no resultado das contas públicas foi puxada, principalmente, pelo governo central, que registrou um déficit de R$ 254,5 bilhões.
O que corresponde a uma diferença de R$ 319,5 bilhões em relação a 2022, quando havia sido registrado um superávit de R$ 54,9 bilhões.
O Banco Central contabilizou também o pagamento de R$ 92,4 bilhões em precatórios. Sem esse custo, déficit cairia para R$ 162,1 bilhões.
O Banco Central calcula o déficit primário de forma diferente do Tesouro Nacional, pois não contabiliza os recursos do PIS/Pasep que foram esquecidos pelos trabalhadores como receita primária.
Além do déficit, dívida pública também volta a subir em 2023
A dívida bruta também aumentou, fechando 2023 em 74,3% do Produto Interno Bruto (PIB), alta de 2,7 pontos percentuais em relação ao registrado em 2022.
Em termos nominais, a dívida pública brasileira chegou em R$ 8,1 trilhões.