Ex-presidente foi alvo de operação da PF por suposto golpe
A jornalista Eliane Cantanhêde informou que a prisão de Jair Bolsonaro “já tem até cronograma” e que só vai ocorrer “após sua condenação”.
O ex-presidente entregou o passaporte na quinta-feira 9, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), depois de uma operação da Polícia Federal (PF), autorizada pelo juiz do STF, contra Bolsonaro e aliados, por um suposto golpe de Estado.
“O STF e a PF não pretendem correr nenhum risco jurídico, policial ou político e só pretendem chegar a esse ponto depois das investigações, das instâncias de julgamento e da eventual condenação pela mais alta Corte de justiça do país”, escreveu a jornalista, no jornal O Estado de S. Paulo. “Não estão previstas prisão preventiva ou temporária, só depois da tramitação em julgado.”
Conforme Eliane, “a estratégia é rigorosa e detalhada”, com uma sequência de operações da PF, uma lista crescente de alvos e a “apresentação robusta de provas até que não haja mais nenhum fiapo de dúvidas sobre a responsabilidade direta de Bolsonaro pela armação de um golpe de Estado em que ele seria o principal beneficiado”.
“STF e PF têm obsessão com o rigor na investigação, na produção das provas e na avaliação jurídica, lei por lei, artigo por artigo, para não dar margens nem alimentar o discurso bolsonarista de que estaria agindo em conluio com o governo Lula para perseguir Bolsonaro e evitar seu retorno à política e às eleições”, disse Eliane.
Jornalista falou sobre prisão de Bolsonaro também na GloboNews
Mais tarde, durante o Em Pauta, da GloboNews, emissora na qual atua como comentarista, Eliane disse que todas essas etapas incluem uma outra: a aceitação, “para a sociedade brasileira ir digerindo a ideia de que o Bolsonaro precisa ser preso, porque, apesar de tudo isso, é popular, e perdeu a eleição por uma diferença pequena”.
No mesmo canal, em novembro de 2023, Eliane revelou que conversa com ministros do STF, por WhatsApp, ao reproduzir críticas de um dos juízes da Corte a Rui Costa, da Casa Civil. “Estávamos ao vivo e o ministro ficava rebatendo o Rui Costa, em tempo real”, contou Eliane. O jornalista Merval Pereira sugeriu se tratar de Gilmar Mendes, caso contrário, seria Alexandre de Moraes. Eliane negou ser Mendes.
*Fonte: Revista Oeste