O petista e outros governantes da América Latina disseram que ação do governo israelense é ‘genocídio’ contra palestinos
O Centro Simon Wiesenthal (CSW), uma organização judaica internacional de defesa dos direitos humanos, com sede nos Estados Unidos, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes da América Latina por declarações contrárias a Israel.
Lula começou os ataques no domingo 18, quando disse que Israel promovia um genocídio contra os palestinos, da mesma forma que os judeus foram vítimas da Alemanha nazista de Hitler, na Segunda Guerra Mundial.
Os presidentes da Bolívia, Luis Arce, e da Colômbia, Gustavo Petro, apoiaram a declaração do petista e engrossaram as críticas a Israel, também com comparações ao Holocausto, depois que o governo israelense declarou Lula persona non grata.
O diretor do CWS para a América Latina, Ariel Gelblung, considera “impressionante que eles [críticos] busquem uma resolução mágica do conflito através da cessação da ação de Israel”, lembrando que a guerra foi iniciada pelo Hamas, com os ataques terroristas de 7 de outubro, quando mataram 1,2 mil pessoas.
“Se a intenção fosse sincera, deveriam defender com todos os seus esforços a rendição do Hamas, o regresso dos reféns e a estipulação de fronteiras seguras. Com as suas declarações nunca inocentes, mostram que não se importam minimamente com o povo palestiniano. ‘Basta atacar Israel e manter boas relações com o Irã’”, acrescentou Gelblung, um sobrevivente do Holocausto, em nota divulgada na quarta-feira 21.
Organização judaica criticou Lula e participação do Chile em tribunal
Ainda no domingo 18, o CWS emitiu uma nota em que condena as declarações de Lula proferidas em Adid Abeba, Etiópia.
“As declarações de Lula são incompatíveis com a participação do Brasil como membro observador da IHRA [Aliança Internacional para a Memória do Holocausto], cuja definição internacionalmente aceita de antissemitismo inclui a comparação do regime nazista com as políticas de Israel. É ultrajante que o presidente Lula profane a memória das vítimas nazistas com a tentativa legítima de Israel de desmantelar o grupo terrorista Hamas, que assassinou em massa mais judeus em 7 de outubro do que em qualquer outro dia desde o fim do Holocausto nazista e da Segunda Guerra Mundial”, disse Gelblung.
O CSW também demonstrou irritação com o fato de que a representante do Chile na Corte Internacional de Justiça (CIJ), Ximena Fuentes, tenha acusado Israel de “violação sistemática do Direito internacional” como política de Estado, ao perpetuar o conflito e manter uma ocupação constante da Palestina, impedindo uma solução de dois Estados.
“Se Fuentes pudesse rever as vezes em que Israel propôs planos de paz respeitando a solução de dois Estados e que cada um deles foi rejeitado por sua contraparte, daria meia-volta e viajaria de volta a Santiago. Na verdade, não há uma proposta de paz implícita em sua apresentação nem uma indicação de quem seria um interlocutor válido para um diálogo com Israel”, criticou Gelblung.
*Fonte: Revista Oeste