Contrato irregular pode ter causado prejuízo de quase meio bilhão à petroleira
O Tribunal de Contas da União (TCU) analisa uma auditoria que mostra “possíveis irregularidades” na atuação de dois diretores da Petrobras. No final de 2023, William França e Sérgio Caetano assinaram um contrato com a empresa Unigel, maior produtora latino-americana de acrílicos e estirênicos. A transação pode ter causado um prejuízo de R$ 487 milhões à petroleira.
Com a abertura do processo de investigação, os dirigentes tiveram seus celulares apreendidos. A auditoria da empresa KPMG — organização global de consulta que atua para a Petrobras neste caso — também sugeriu o afastamento dos dois até a conclusão do inquérito. As informações são do jornal O Globo.
Fechado em R$759 milhões, o acordo entre a Petrobrás e a empresa prevê a industrialização, armazenamento, expedição, faturamento e pós-venda de ureia e amônia pelas fábricas de fertilizantes nitrogenados da estatal no Sergipe e na Bahia. Tais indústrias eram “alugadas” ao grupo Unigel desde 2019.
Prejuízo aos acionistas
A auditoria segue até esta segunda-feira, 5. Caso a KPMG desaprove o resultado das demonstrações financeiras, a distribuição dos lucros entre os acionistas da petroleira poderá ser ameaçada.
Paralelamente, o TCU apura três denúncias contra França e Caetano. Eles teriam feito pressão sobre as equipes técnicas para que aprovassem o contrato.
O que diz a Petrobras
Em comunicado, a estatal informou que a KPMG é a empresa de auditoria independente da Petrobras desde 2017 e que o contrato com a companhia prevê a análise das demonstrações financeiras da petroleira.
A nota explica ainda que “não é verdade que a KPMG foi contratada pelo Comitê de Auditoria Estatuária ou por qualquer de seus membros para realizar apuração sobre o contrato da Unigel”.
Também não procede, segundo a Petrobras, a informação de que a KPMG teria recomendado que os diretores sejam afastados do processo de certificação das demonstrações financeiras.
*Fonte: Revista Oeste