‘Juiz sem juízo’, afirma Estadão, sobre Gilmar Mendes

Para o jornal, ministro ‘contradiz a Constituição e a sensatez’, em comentários sobre a ‘confissão de culpa’ de Bolsonaro

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes comentou o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, durante a manifestação de 25 de fevereiro. 

No editorial intitulado “Juiz sem juízo”, desta segunda-feira, 4, o veículo analisou as falas do juiz e afirmou que “a verborragia de Gilmar Mendes não seria um problema se ele não fosse o magistrado da mais alta Corte do país, e sim um analista político”. 

Para o ministro, Bolsonaro é um “culpado confesso” e o “autor material” de uma tentativa de “golpe de Estado” — como se refere a Corte aos atos de vandalismo do 8 de janeiro.

Mendes disse ainda que o “movimento” de Bolsonaro “para mostrar que tem apoio popular” não muda “qualquer juízo ou entendimento do STF”.

“É disfuncional um ministro do STF antecipar juízo fora dos autos e comentar em público sobre um tema em análise, presente ou futura, da Corte”, avaliou o Estadão

Lei Orgânica da Magistratura

O jornal afirma que as falas de Mendes são “uma contradição com o que diz a Constituição, a Lei Orgânica da Magistratura e a sensatez”. 

'A verborragia de Gilmar Mendes é disfuncional', afirma Estadão
‘A verborragia de Gilmar Mendes é disfuncional’, afirma Estadão

Segundo o veículo, a intervenção política por parte do STF troca aquilo que a literatura jurídica internacional chama de judicial propriety por vulgarização do papel público.

Por fim, o jornal lembra que é preciso retomar a “discrição judicial e a compostura” do Supremo, que está “demasiadamente politizado”.

*Fonte: Revista Oeste