Invasão foi comunicada nesta sexta-feira, 8
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), recentemente homenageado por deputados petistas na Câmara dos Deputados, invadiu mais uma propriedade rural. Desta vez, o alvo é uma fazenda em Lagoa Santa, município na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A invasão, por cerca de 500 famílias, ocorreu na manhã desta sexta-feira, 8, informou o ajuntamento em seu site.
É a primeira invasão de 2024. Em 2023, o MST e outros “movimentos sociais” fizeram 72 invasões no país, o que supera os quatro anos de Jair Bolsonaro, quando houve 62 invasões de terras.
MST quer pressionar governo Lula a agilizar reforma agrária em Minas Gerais
A invasão da fazenda de Minas Gerais, segundo o movimento, é motivada pela demora na reforma agrária no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, um aliado histórico do MST.
“A ocupação é motivada pelo não cumprimento da função social da terra, já que a propriedade estava abandonada pelos proprietários, é improdutiva”, alega o ajuntamento, em nota. “O MST pede que a lei seja cumprida e que a área seja destinada à reforma agrária.”
Segundo Maria Eni, uma das integrantes da direção estadual do MST em Minas Gerais, a invasão “tem um caráter reivindicativo, já que atualmente existem mais de 5 mil famílias acampadas no Estado à espera de assentamento definitivo”.
Outra líder do movimento em Minas disse que não há ilegalidade na invasão da propriedade privada, que seria improdutiva. “Esse importante gesto de coragem das famílias e do MST em Minas Gerais é, sem dúvida, a alternativa mais legítima de lutar pelo direito à terra”, declarou Luana Oliveira, da direção estadual do MST.
O movimento também critica o governador do Estado, Romeu Zema (Novo). “Ocupamos porque as terras e os bens da natureza de Minas são do povo mineiro, e não para Zema seguir entregando às suas aliadas, as mineradoras”, disse Luana.
Há dois dias, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), um militante do MST, criticou o governo Lula na tribuna pela demora na reforma agrária e falou sobre as possíveis novas invasões. “Do jeito que está, a minha preocupação é que os movimentos sociais voltem a fazer ocupações de terra. E fazendo as ocupações de terra, não vai caber nem a esta Casa, nem ao governo criticá-lo, porque já se passou mais de um ano na expectativa e na espera da reforma agrária, dos assentamentos, dos investimentos”.
*Fonte: Revista Oeste