Magistrado alegou falta de provas contra Winclker
O policial penal Luiz Otávio Natalino é investigado pelas forças de Segurança na “Operação Ragnatela” por participar de um esquema que lavou dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho em casas noturnas de Cuiabá. Ele é suspeito de auxiliar na entrada de celulares e facilitar a comunicação entre as lideranças do grupo criminoso.
Ele foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (5) por agentes da Polícia Federal, Militar e Civil. As investigações identificaram um esquema para introduzir celulares dentro de unidade prisional e transferências de lideranças da facção para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado, que se encontra em liberdade.
De acordo com o Diário Oficial do Estado (DOE), o agente está lotado na Gerência de Custódia e Escolta Metropolitana, ou seja, integra a escolta de presos. Ele recebe um salário bruto de R$ 10.577,63.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo) e determinaram o afastamento de três servidores. Além de Luiz Otávio, foi afastado das funções o servidor da secretaria de Ordem Pública, Rodrigo Anderson de Arruda Rosa.
Já o policial penal Winkler de Freitas Teles, presidente da Fundação Nova Chances, teve o pedido de afastamento solicitado pela Polícia Civil e Ministério Público. No entanto, o juiz do Núcleo de Inquéritos Policiais, João Francisco Campos de Almeida, negou alegando falta de provas.
Luiz Otávio é suspeito de receber vantagens indevidas do empresário Aparecido da Costa Pereira, o “Gordão”, que foi preso na manhã de hoje. “Por derradeiro, descortinou-se um esquema de transferência de lideranças do Comando Vermelho para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de possibilitar a comunicação com os demais integrantes que estão em liberdade, em especial WILLIAM vulgo GORDÃO, mediante o recebimento de considerável valor em dinheiro, a título de propina, o qual conta com a importante participação de Luiz Otávio Natalino”, aponta a decisão
Ao justificar o não afastamento do presidente da Fundação Nova Chance, o magistrado lembrou que o funcionário não ocupa mais a função de diretor da cadeia pública do Carumbé. “Vislumbro que não houve avanço relevante a partir das medidas cautelares implementadas em seu desfavor, no tocante ao suposto esquema de transferência dos internos entre estabelecimentos prisionais, a justificar a pretensa medida sob fundamentação neste tópico, até mesmo porque atualmente este investigado já não exerce mais a função de diretor de nenhum presídio desta Capital, cuja função que lhe permitia na época, supostamente, viabilizar o esquema citado, já não faz parte de sua nova atuação no cargo ao qual está investido atualmente”, explica o magistrado.
Ao todo oito mandados de prisão preventiva estão sendo cumpridos, 36 de busca, nove sequestros de imóveis, 13 sequestros de veículos, dois servidores públicos afastados, quatro suspensões de atividades comerciais e 68 bloqueios de contas bancárias. Aproximadamente 400 policiais estão envolvidos na ação nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro.
*Fonte: FolhaMax