Yahya Sinwar, comandante do Hamas na Faixa de Gaza, escreveu em mensagens que o maior número de vítimas palestinas seria algo positivo
O líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, definiu nesta terça-feira, 11, a morte de milhares de civis palestinos desde o dia 7 de outubro passado como um “sacrifício necessário”.
Em mensagens enviadas a responsáveis do movimento terrorista islâmico palestino, encarregados das negociações sobre a libertação de reféns, o líder do Hamas apresentou como exemplo as vítimas civis da guerra da Argélia (1954-1962).
As informações foram divulgadas pelo jornal americano The Wall Street Journal.
Cálculo político macabro do líder do Hamas
Segundo o veículo, Sinwar consideraria que o aumento da intensidade dos combates e das mortes de palestinos se traduziriam em uma vantagem política para o Hamas.
“Levamos os israelenses exatamente onde os queríamos”, escreveu Sinwar aos representantes do Hamas envolvidos em negociações com os representantes do Egito e do Qatar.
Em uma carta enviada a Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, depois de três dos seus filhos terem morrido num ataque aéreo israelense, Sinwar teria escrito que as mortes de civis palestinianos em Gaza iriam “dar vida às veias desta nação, impulsionando-a a alcançar a sua glória e honra”.
Nas mensagens, Sinwar considerou às mulheres e crianças civis feitas reféns pelos terroristas palestinos no dia 7 de outubro após os ataques do Hamas como algo “que saiu do controle”.
“As pessoas foram feitas reféns, algo que não deveria ter acontecido”, declarou o líder do Hamas.
Quem é Yahya Sinwar
Sinwar é um dos líderes mais importantes do Hamas. Próximo do xeique Yassin, fundador da organização terrorista, aos 25 anos liderou uma unidade de inteligência do grupo islâmico que assassinava os “colaboracionistas”, palestinos acusados de trabalhar por Israel.
Preso em 1989, foi condenado várias vezes à prisão perpétua. Entretanto, deixou as prisões israelenses em 2011 junto com outros mil detentos liberados por Israel em troca do soldado Gilad Shalit, que ficou refém do Hamas por cinco anos.
Durante os 22 anos passados na prisão em Israel, Sinwar aprendeu a falar hebraico e estudou melhor o “inimigo”.
Vários oficiais israelenses tinham se oposto a sua liberação, considerando-o um perigo para a segurança do estado hebraico. Entretanto, eles foram ignorados.
Em 2015, foi adicionado à lista de “terroristas internacionais” dos Estados Unidos.
Israel tentou várias vezes eliminar Sinwar, sem sucesso.
Famoso por sua crueldade e radicalismo, ele foi eleito líder do Hamas na Faixa de Gaza em 2017.
*Fonte: Revista Oeste