Áudio revela que o deputado federal pediu doações de assessores para sua campanha
A Polícia Federal (PF) confirmou, nesta terça-feira, 25, a autenticidade de um áudio que envolve o deputado federal André Janones (Avante-MG). As autoridades finalizaram a quebra de sigilo de um inquérito que investiga um possível esquema de “rachadinha” na Câmara dos Deputados.
A gravação, comparada pela PF com áudios das redes sociais do deputado, revela que André Janones solicitou doações de assessores para cobrir despesas de campanha. A PF confirmou que a voz é de Janones.
A investigação sobre Janones
O delegado Roberto Santos Costa, responsável pela investigação, finaliza a análise do material obtido a partir das quebras de sigilo bancário e fiscal do deputado e de seus assessores parlamentares.
A PF aponta indícios de “rachadinha” e de contradições nos depoimentos dos assessores de André Janones. Novos depoimentos serão agendados nos próximos dias para esclarecer o caso.
“As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado”, afirmou a Polícia Federal, no pedido de quebra de sigilo enviado ao Supremo Tribunal Federal em fevereiro.
A corporação também ouviu assessores de Janones. Estes últimos disseram que a gravação está fora de contexto e negaram a devolução dos salários.
Oposição recorre ao plenário da Câmara contra arquivamento de denúncia de “rachadinha”
A líder da minoria na Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PL-DF), coletou as assinaturas de 61 deputados para levar ao plenário da Casa a decisão do Conselho de Ética que arquivou uma representação contra André Janones.
O motivo é uma suposta prática de “rachadinha”, ou seja, desvio de recursos públicos do gabinete parlamentar.
Na semana passada, Bia apresentou um requerimento ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com pedido de inclusão do documento na pauta da Casa.
Entretanto, Lira está em Lisboa e só deve retomar a agenda na capital federal na próxima semana. Apesar de não ser inédita, a ação da oposição é considerada rara, visto que, em geral, a decisão do colegiado quase nunca é alvo de revisionismo por parte do plenário.
*Fonte: Revista Oeste