Em reunião com empresários, presidente criticou quem ‘vive de dividendos’ e disse que Brasil vai crescer ‘se o dinheiro circular’
Em uma reunião com empresários do setor de alimentos no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 16, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, quando os mais pobres têm dinheiro, eles compram comida, e não dólares.
“O povo mais pobre, o povo mais humilde, quando ele tem um pouquinho de dinheiro, ele não compra dólar; ele compra comida”, disse o presidente.
As declarações ocorrem duas semanas depois de Lula ser alertado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por economistas sobre o impacto de suas falas no câmbio e na inflação.
Lula disse ainda que o Brasil poderá crescer mais de 2,5% se o dinheiro circular.
“Ele [o pobre) compra coisa para a família”, afirmou. “É este país que nós queremos que dê certo. É fazer com que o dinheiro deste país circule. É por isso que a gente aumenta o salário mínimo de acordo com o PIB, porque é normal que, quando o PIB cresça, a gente distribua o PIB entre todo mundo: entre os empresários, entre os trabalhadores, entre os aposentados… Afinal de contas, é o crescimento do país.”
No encontro, o presidente criticou pessoas que “vivem de dividendos” e disse que é necessário apostar na capacidade produtiva.
“Este país precisa parar de ter gente vivendo de dividendos e ter gente vivendo de trabalho, de geração de emprego, de geração de renda, porque é isso que faz a economia girar”, acrescentou.
Além de falas de Lula, encontro teve anúncio de investimento
Durante a reunião, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou um investimento de R$ 120 bilhões pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) até 2026.
“Hoje foi anunciado pela Abia que o setor da indústria de alimentos, até 2026, de 2023 a 2026, são R$ 120 bilhões de investimentos em novas fábricas, ampliação de fábricas, e inovação, pesquisa e desenvolvimento”, afirmou Alckmin.
Parte do investimento, R$ 36 bilhões, já foi aplicada pela indústria em 2023, e o restante será destinado ao longo deste ano e nos próximos dois anos.
*Fonte: Revista Oeste