Em reunião do G20 em Natal (RN), Nísia Trindade afirmou que o órgão trabalha para minimizar os impactos da doença
Nesta segunda-feira, 2, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que não há “condições” para erradicar a dengue no Brasil, durante a 4ª Reunião do Grupo de Trabalho da Saúde do G20, em Natal, Rio Grande do Norte.
De acordo com Nísia, o objetivo do novo plano nacional não é eliminar a dengue do Brasil, mas, sim, minimizar os impactos da doença. Ele será lançado na primeira quinzena de setembro.
“Nós sabemos que não há condições de eliminar a dengue”, afirmou Nísia. “A doença aparece há 40 anos, alguns anos mais forte, outros menos. E, agora, ampliou muito a escala.”
Plano nacional para controlar a dengue
O plano nacional visa a controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Para isso, devem-se utilizar tecnologias, como a Wolbachia, que envolve a liberação de mosquitos infectados pela bactéria de mesmo nome para impedir o desenvolvimento do vírus. Além disso, deve haver um “esforço para reduzir o número de casos”.
“Nós vimos no ano passado um aumento exponencial de casos, que tem a ver com questões de cuidados e de urbanização”, afirmou. “Sim, a dengue é uma preocupação e um grande desafio, mas nós estabelecemos responsabilidades do governo federal, dos Estados, dos municípios e estaremos preparados para um melhor enfrentamento.”
O imunizante do Instituto Butantan
Em relação à vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, a ministra Nísia Trindade classificou-a como uma “grande aposta” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, disse que campanhas de vacinação em larga escala não são viáveis a curto prazo, pois o imunizante ainda está em fase de testes.
“Vamos reforçar toda a rede de saúde para dar assistência adequada, porque a dengue é uma doença que nós conhecemos”, afirmou. “Ela é tratável, principalmente com hidratação, então temos tudo para reduzir o seu impacto.”
Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde incorporou a primeira vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS), para crianças de 10 a 14 anos.
*Fonte: Revista Oeste