O puxão de orelha de Lula em Haddad

Presidente afirma que ‘até’ seu vice, Geraldo Alckmin, teve mais animação do que Haddad em sua fala durante reunião com empresários

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um puxão de orelha publicamente em seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira, 17. Disse que o petista precisa demonstrar mais “entusiasmo” durante as suas declarações em eventos. 

“Toda vez que o Haddad vai falar, eu falo: ‘Você tem que falar com entusiasmo’”, afirmou Lula. “Até o Alckmin passou entusiasmo hoje, eu chamei ele [sic] na minha sala, eu falei: ‘Você tem que falar acreditando no que tá falando. Se falar com os olhos para baixo, é porque não tá acreditando no que você tá falando’.”

As declarações de Lula sobre Haddad ocorreram no início da tarde desta terça-feira, durante a cerimônia de assinatura de convênio entre Sebrae e ApexBrasil, realizada no Palácio do Planalto.

Lula estava sentado ao centro da mesa com demais autoridades. Ao seu lado direito estava Fernando Haddad e, ao esquerdo, o vice-presidente Geraldo Alckmin. Também participou do evento o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Haddad diz que o arcabouço fiscal precisa ser cumprido

Lula criticou a falta de entusiasmo de Haddad ao falar da importância do setor de exportações, bem como da previsão de crescimento da economia brasileira. O ministro disse que o Brasil passou por “muita turbulência e um desarranjo completo” das contas públicas nos últimos dez anos e, portanto, é necessário “sair dessa mania de produzir déficits”.

Haddad sinalizou que o país gastou quase “R$ 2 trilhões ao longo de dez anos, além do que podia, de déficits primários acumulados”, sem que houvesse resultados econômicos nem sociais. “Não aconteceu nada de bom no Brasil”, analisou. 

O ministro disse que, nesse sentido, tem trabalhado para ajustar as contas públicas por meio de “muita negociação e paciência, porque ninguém quer perder”. Disse que, ao trilhar esse caminho, “vamos produzir os melhores resultados econômicos para o país”.

“A primeira compreensão é que o arcabouço precisa ser cumprido”, afirmou. “Vamos voltar a crescer acima da média mundial depois de dez anos a crescer abaixo da média mundial. Temos todas as condições. Temos que perseguir isso e é o que já está acontecendo.”

*Fonte: Revista Oeste