O presidente da entidade, Bruno Feigelson, contestou as afirmações do ex-ministro do PT de que os palestinos têm o direito de se “levantar em armas” contra Israel
A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) manifestou, nesta segunda-feira, 23, repúdio às declarações do ex-ministro José Dirceu (PT).
Por meio de seu novo presidente, Bruno Feigelson, que assumiu o posto em agosto, a entidade publicou nota de desagravo, contra “discursos que promovam ódio contra judeus”.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, neste domingo, 22, Dirceu defendeu o “direito sagrado” do povo palestino de se “levantar em armas contra a ocupação de Israel”.
“Mais de 1,2 mil pessoas foram assassinadas covardemente pelo grupo terrorista Hamas, fato incontestável que não pode ser relativizado, tolerado e que é incomparável ao direito de defesa do Estado de Israel”, declarou Feigelson.
Maior ataque desde o Holocausto
A afirmação de Feigelson foi uma resposta às palavras de Dirceu, que, mesmo que condenem o ataque do Hamas em 7 de outubro, comparou o grupo terrorista com a formação do Exército de Israel.
“A barbaridade dos terroristas jamais será esquecida; foi o maior ataque aos judeus desde o Holocausto”, prosseguiu o presidente da Fierj.
“Nada pode ser simplificado sem contextualização histórica, razão pela qual lamentamos profundamente o desrespeito de José Dirceu e reiteramos a necessidade de haver solidariedade na escalada da violência contra judeus por atos antissemitas crescentes em nosso país.”
Feigelson também ressaltou que o terrorismo não contribui para a paz no Oriente Médio, ao reforçar que Israel é a única democracia da região. Ele destacou a necessidade de as autoridades brasileiras buscarem a conciliação nesse momento de guerra.
“As autoridades brasileiras precisam manifestar-se de acordo com o discurso de pacificação que pregam sem exceção dos judeus.”
Omissão de informações
Na véspera, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) já havia contestado as acusações de Dirceu, que, segundo a entidade, omitiu deliberadamente informações históricas cruciais.
“Em uma única entrevista, [Dirceu] confundiu o povo palestino com o grupo terrorista Hamas; silenciou a respeito da utilização de violência sexual contra mulheres israelenses como instrumento de guerra; nada disse sobre os mais de 250 reféns de diversas nacionalidades que foram sequestrados, dos quais apenas 101 continuam sob poder dos terroristas do Hamas”, declarou a Fisesp. A entidade judaica de São Paulo completou.
“[Ele] ignorou sumariamente o fato de que Israel não ocupa a Faixa de Gaza há quase 20 anos, oportunidade em que deixou o território para que o povo palestino pudesse decidir seu próprio futuro, sonho que acabou sendo apropriado por radicais que se recusam a aceitar a existência do país vizinho.”
*Fonte: Revista Oeste