Procuradoria-Geral da República propõe acordo a Janones em caso de ‘rachadinha’

Depois de investigação que confirmou ‘em parte’ o esquema, PGR oferece benefício ao deputado e a assessores

Indiciado pela Polícia Federal (PF) sob acusações de peculato e envolvimento em um esquema de “rachadinha”, o deputado federal André Janones (Avante-MG) recebeu, nesta segunda-feira, 28, da Procuradoria-Geral da República (PGR), uma proposta de Acordo de Não Persecução Penal.

O documento, que tem a assinatura do vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, cita o fato de que “a investigação concluída confirmou, em parte, a hipótese criminal e resultou no indiciamento do parlamentar e dos assessores Mário Celestino da Silva Junior e Alisson Alves Camargo”.

O esquema de “rachadinha” consiste na apropriação indevida, por parlamentares, de parte do salário de assessores. A prática que desvia recursos públicos para interesses pessoais é ilegal.

A proposta da PGR

Foto da fachada da Procuradoria-Geral da República
A Procuradoria-Geral da República propôs aos investigados um acordo de não persecução penal | Foto: Reprodução

Em resposta às acusações, a Procuradoria-Geral da República propôs aos investigados um Acordo de Não Persecução Penal — uma alternativa ao processo judicial tradicional que permite ao acusado cumprir certas condições em troca da suspensão do processo.

Esse tipo de medida visa à redução da sobrecarga do sistema judicial e ao oferecimento de uma resolução mais rápida dos casos, sem a necessidade de um julgamento completo.

Os assessores investigados seriam responsáveis por operacionalizar as transferências dos valores desviados e atuariam como intermediários entre Janones e os demais envolvidos.

Acusações da Polícia Federal contra Janones

Polícia Federal
A Polícia Federal recolheu uma espingarda de um dos investigados | Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

A Polícia Federal acusa Janones de corrupção passiva, peculato e associação criminosa. Segundo a PF, ele seria o “eixo central” do esquema, que coordenaria as ações e se beneficiaria diretamente dos valores arrecadados.

Um áudio de 2019, que veio à tona recentemente, é peça-chave na investigação. Nele, Janones supostamente discute a distribuição dos valores desviados, o que reforça as acusações contra ele. Através de uma análise técnica, a Polícia Federal confirmou a autenticidade do áudio e a integridade do conteúdo.

*Fonte: Revista Oeste