Jurista desafiou que sejam apresentadas provas de que ele tem clientes “desse tipo”
Na tarde deste domingo, a residência do advogado Marcos Antônio Mendes, candidato à presidência da subseção da OAB em Lucas do Rio Verde, foi alvejada por tiros, marcando o segundo ataque direcionado a ele em apenas dois dias. Na manhã de sábado (2), o escritório de Marcos já havia sido alvo de disparos, e a residência de sua colega de chapa, a advogada Caroline Miranda, foi pichada.
Um suspeito foi preso e, segundo fontes policiais, teria confessado atuar sob ordens de uma facção criminosa. Marcos, no entanto, manifestou indignação com a tentativa de associar o atentado a um possível desacordo com membros de facção. “Não bastasse a violência contra meu escritório, agora tentam vincular esses fatos a um desacordo com uma facção. É um absurdo e uma irresponsabilidade, e venho refutar veementemente essa ideia. Nunca advoguei para acusados desse tipo e minha atuação na área criminal é mínima. Desafio qualquer um a apresentar provas de que representei algum membro de facção criminosa”, declarou.
Segundo ele, o único desacordo que possui é com uma empresária da cidade que está sendo resolvida em uma ação civil. “Agora se contrataram membros de facção para me intimidar, é a polícia quem tem que esclarecer. Reitero minha total confiança nas autoridades de segurança pública e nos órgãos competentes para esclarecer os fatos”, afirmou.
Xênia Guerra, candidata à presidência da OAB-MT e apoiadora de Marcos, também se pronunciou, destacando que irá protocolar um pedido de prioridade para que o caso seja investigado com urgência. “Estamos acionando as autoridades competentes e solicitando que uma autoridade específica seja designada para essa ocorrência. Já entramos em contato com o governador em exercício, Otaviano Pivetta, ainda no sábado, e com o secretário de Segurança Pública, Cesar Roveri, para que as investigações avancem rapidamente e tragam respostas a esses atos de violência contra a advocacia,” informou Xênia.
A advogada também lamenta esta escalada de violência contra advogados e advogadas no estado de Mato Grosso. “É inadmissível que a advocacia seja alvo de tamanha violência, e ainda não tenhamos uma resposta firme da OAB-MT. Já são dois advogados assassinados e inúmeros episódios de ameaças e agressões contra profissionais do Direito. Precisamos de providências concretas, e é papel da Ordem se posicionar e atuar pela segurança da advocacia. Marcos, assim como todos os advogados, deve ter sua integridade preservada. A OAB-MT não pode mais se omitir,” declarou Xênia.
O caso segue em investigação, e a comunidade jurídica aguarda esclarecimentos sobre os atentados e medidas para garantir a segurança de advogados no exercício da profissão.
*Fonte: FolhaMax