Brasil não joga bem, cede empate para Venezuela e perde liderança das Eliminatórias

Gols só saíram do segundo tempo depois de uma primeira etapa enroscada; gol venezuelano saiu dos pés de Eduard Bello, que acertou um golaço de bicicleta

Brasil e Venezuela se enfrentaram nesta quinta-feira, 12, na Arena Pantanal, Mato Grosso, em jogo válido pela 3ª rodada das Eliminatórias da Copa de 2026, e empataram em 1 a 1. Há 21 anos o estado não recebia um jogo da Seleção Brasileira. As equipes fizeram um jogo enroscado, com um segundo tempo melhor do que o primeiro. A equipe de Fernando Diniz, fez uma partida abaixo do esperado, enquanto a Venezuela soube aproveitar a oportunidade para garantir um ponto e continuar sonhando com uma vaga no Mundial. O primeiro tempo foi enroscado.

As equipes até conseguiram chegar aos gols adversários, mas além de nenhuma chance ter sido convertida em gol, também não foram boas oportunidades. Até os 10 minutos, apenas o Brasil jogava. Em duas oportunidades a equipe comandada por Fernando Diniz até conseguiu chegar ao gol de Rafael Romo, mas nenhuma das tentativas foi precisa, apesar de ter esquentado a torcida que foi ao estádio nesta quinta de feriado prestigiar a Seleção.

Passado os primeiro 10 minutos da partida, a Venezuela começou a jogar e até mesmo chegar ao gol de Everson, mas nada que levasse grande perigo. Até os minutos finais, o jogo seguiu dessa forma, o Brasil criava algumas pequenas oportunidades e a Venezuela retribuía com o que podia naquele momento. Com nenhuma das equipes criando grandes chances, o jogo foi para o intervalo com empatado em 0 a 0. O segundo tempo começou da mesma forma que o primeiro, com o Brasil tendo as primeiras oportunidades.

Aos 4 minutos, Neymar até tentou, mas o goleiro Romo espalmou e a bola foi para o escanteio, que gerou o gol da Seleção. Depois da cobrança feita pelo camisa 10, o zagueiro Gabriel Magalhães subiu na primeira trave, cabeceou e mandou a bola para o fundo do gol, colocando o Brasil à frente no placar. Esse foi o primeiro gol do menino de 25 anos que joga no Arsenal vestindo a amarelinha. Dois minutos depois, a equipe de Diniz teve a chance de ampliar, mas Neymar jogou a bola para fora. Também da cobrança de um escanteio, a Venezuela quase empatou na cabeçada de Ángel, mas Ederson foi no cantinho do gol e conseguiu evitar, mantendo a Seleção com a vantagem.

Mesmo à frente, o Brasil não fazia um bom jogo, e dava espaço para a Venezuela. Aos 25 minutos, depois de um cruzamento de Casemiro para Neymar, Vinícius Júnior aproveitou a sobra, chutou e marcou, mas o gol foi anulado porque na hora em que recebeu a bola, o camisa 10 da Seleção Brasileira estava impedido, o que fez com que a jogada fosse cancelada e o gol invalidado. O Brasil, que não matava o jogo nas oportunidades que tinha, seguiu dando chances para a Venezuela, que trabalhava a bola com facilidade e, aos 39 minutos, não desperdiçou a oportunidade e Eduard Bello fez um golaço de bicicleta, sem chance para Everson, e empatou a partida.

Nos minutos finais, a equipe comandada por Diniz tentou pressionar, mas sem levar grande perigo. Antes da partida finalizar, Neymar e Rondón começaram a se desentender, mas o juiz conseguiu controlar a situação e dar andamento para o jogo, mas, após o apito final, uma leve confusão se formou, envolvendo o mesmo jogador venezuelano e Gerson, porém foi finalizada logo depois. Com o resultado, a Seleção somou apenas um ponto e caiu para a segunda posição, já que a Argentina venceu o Paraguai por 1 a 0 e manteve 100% de aproveitamento na competição. O Brasil volta a jogar na terça-feira, 17, diante do Uruguai. Já a Venezuela, que atualmente está na 6ª posição, enfrenta o Chile, também na terça.

DINIZ APONTA MOTIVOS PARA EMPATE

Na Arena Pantanal, o técnico Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva.

Pela terceira rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, a seleção ficou somente no 1 a 1 com o time vinotinto. Foi apenas a segunda vez na história da competição que a Amarelinha falhou em vencer o rival: até então, o retrospecto dava conta de 17 triunfos e um empate. No total, são 29 partidas entre as seleções, com 24 vitórias do Brasil e somente um triunfo venezuelano.

Depois do confronto, o treinador fez sua análise. O estado do gramado, segundo ele, não foi um fator de responsabilidade pelo resultado decepcionante.

“Acho que a gente pecou em dois aspectos. Um foi o término das jogadas. Não jogamos mal. Criamos chances, mas não fizemos. E também cedemos contra-ataques que não deveríamos ter cedido. No gol, principalmente, falhamos em algo que não poderíamos ter falhado. (É) ajustar melhor a marcação e não oferecer a chance do jogador finalizar. Na minha opinião, não foi uma partida ruim. Terminamos mal as jogadas, time ficou mais espaçado no segundo tempo. Obviamente, em alguns momentos, jogadores sentem esse calor e um pouco de dificuldades do próprio campo”, declarou.

“Faz parte do contexto, não vamos desviar para o campo. Obviamente, o campo que eles (jogadores) estão acostumados a jogar é diferente do de hoje. Isso somado ao calor. São duas dificuldades que prejudicam os que vêm da Europa. Acabam contribuindo com o adversário que quer marcar, não dá para negar isso. Mas também não dá para colocar a culpa nisso, tivemos tudo para ganhar, não fizemos o gol. E o gol que eles fizeram era evitável, desajuste de marcação e leitura tática”, completou Diniz.

Com o resultado, a seleção perde a liderança da tabela de classificação e os 100% de aproveitamento: três jogos, duas vitórias e um empate. A Argentina, com nove pontos, assume o primeiro posto. O time visitante foi aos quatro pontos, por sua vez, na sexta colocação.

O Brasil volta aos campos na terça-feira, 17, às 21 horas (de Brasília), para enfrentar o Uruguai em Montevidéu, no Estádio Centenario.