Caso ocorrido em SP foi revelado pelo Metrópoles no último dia 11; armas, das quais 13 podem derrubar aeronaves, ainda não foram recuperadas
O Exército apura a participação de três militares que teriam supostamente ajudado no furto de 21 metralhadoras, das quais 13 com poder de derrubar aeronaves, do Arsenal de Guerra de Barueri, na Grande São Paulo. O furto, que teria ocorrido em 7 de setembro, foi revelado pelo Metrópoles na semana passada.
Nenhum dos armamentos havia sido recuperado até a publicação desta reportagem. As buscas contam com o apoio das polícias Civil e Militar.
Em sigilo, fontes de alta patente do Exército afirmam que os três militares, já identificados, teriam ajudado a colocar as armas de grosso calibre em um carro, usado para levá-las até um ponto de entrega.
Como mostrado pelo Metrópoles, as armas tinham sido deixadas em uma Agrale Marruá, que estava estacionada na garagem do quartel do Comando Militar do Sudeste. O armamento teria sido utilizado na Operação Agulhas Negras 2023, treinamento realizado no Vale do Paraíba entre os dias 18 e 29 de setembro.
As investigações internas do Exército ainda checam se o trio foi corrompido por criminosos. Além dos três militares, todos os responsáveis pela fiscalização do arsenal, assim como seu controle, serão punidos disciplinarmente.
Os suspeitos foram identificados após o Exército aquartelar 480 militares, desde o último dia 11. O isolamento contribuiu para que o comando conseguisse ouvir depoimentos e afunilar o número de possíveis envolvidos no crime.
Em nota oficial, divulgada na terça-feira (17/10), o Comando Militar do Sudeste, responsável pelo arsenal, afirmou ter liberado parte dos militares aquartelados.
Nesta quinta-feira (19/10), o Exército afirmou seguir com as investigações, que correm em sigilo. “Temos total interesse em informar e enviaremos as atualizações do caso quando for oportuno.”
Parte do armamento furtado é capaz de derrubar helicópteros e aviões sem blindagem e atingir alvos a uma distância de até 2 quilômetros, de acordo com o especialista em segurança pública Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz. Entre as 21 metralhadoras furtadas, 13 calibre .50 contam com essas características. As outras oito são calibre 7,62.