MT completa nove semanas de semeadura da soja e ritmo segue abaixo da média

semeadura de soja para a safra 2023/24, em Mato Grosso, segue sendo castigada pela falta de chuvas. Os trabalhos no campo completaram nove semanas e ainda seguem abaixo das médias registradas pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), seja na comparação anual ou dentro do histórico dos últimos cinco anos. Até a última sexta-feira (10), a área coberta representava 91,82% dos mais de 12,2 milhões de hectares previstos para essa temporada.  O avanço no comparativo semanal foi de 8,50 pontos percentuais.

Como explicam os analistas do Imea, os trabalhos no campo estão com o ritmo atrasado quando comparado com o mesmo período do ano passado, quando totalizava 96,17% da área semeada. Se comparado com a média dos últimos cinco anos, o atraso é de 3,69 pontos percentuais.

O atraso para concluir o plantio da safra de soja já despertou o alerta dos produtores. Na semana passada, a lentidão tem preocupado produtores, já que o plantio do milho em segunda safra corre risco de perder a janela ideal de semeadura, que é até o final de fevereiro de 2024. Entre a soja e milho há ainda mais uma preocupação, pois o atraso atual se refere à falta de chuvas, mas o atraso pode se repetir na colheita, porém, pelo excesso de chuvas que o estado tradicionalmente registra entre meados de janeiro a fevereiro.

Nessas nove semanas de semeadura, nenhuma região do estado concluiu os trabalhos, diferente do que se registrava em igual momento do ano passado. Até o dia 10, o médio norte e o oeste seguiam como as porções estaduais mais adiantadas: 99,91% e 99,39%, respectivamente.

“Pelo que está se espelhando neste início de plantio é um cenário gravíssimo. Nunca vimos isso, nunca aconteceu isso da quantidade de áreas de replantio”, relatou o presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan em entrevista ao Bom Dia Agronegócio, do Notícias Agrícolas. “Será uma safra abaixo do ano passado com certeza. Com o clima que temos agora e o El Niño consolidado, será um desastre, na nossa visão, em relação à safra passada”.

Galvan destacou a irregularidade das chuvas no centro norte do país, bem como o excesso de chuvas no sul do país, já sinalizando também os alertas sobre a segunda safra de milho, que já está bastante comprometida por todo o atraso que se registra na safra de soja até este momento.