Associação Nacional de Jornalistas repudia ataques do PT ao Estadão

‘O uso de métodos de intimidação contra veículos de jornalistas não se coaduna com valores democráticos’, afirma a ANJ

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) divulgou, nesta segunda-feira, 20, uma nota de repúdio “às tentativas de intimidação contra O Estado de S. Paulo e sua editora de Política, Andreza Matais”.

A empresa de comunicação e a jornalista foram alvos de ataques por parte da presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), do Ministro da Justiça e Defesa, Flávio Dino, e do influenciador digital Felipe Neto.

O motivo do incômodo dos políticos da esquerda e de aliados foi com relação à recente reportagem do jornal, que revelou as reuniões da “Dama do Tráfico” com secretários do Ministério da Justiça.

Luciane Barbosa Farias, conhecida como a 'Dama do Tráfico' se reuniu com o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, e com o secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Rafael Velasco | Foto: Reprodução/Twitter/X
Em 13 de novembro, a reportagem do Estadão revelou que Luciane Barbosa Farias, a ‘Dama do Tráfico’, teve duas reuniões dentro do Ministério da Justiça | Foto: Reprodução/Twitter/X

“O uso de métodos de intimidação contra veículos de jornalistas não se coaduna com valores democráticos”, afirma a ANJ.

Para a entidade, que representa o interesse dos jornais do Brasil, os ataques demonstram “um flagrante desrespeito à liberdade de imprensa”.

A nota da ANJ também faz um alerta: “Evidencia (a série de ataques) uma prática característica de regimes autocráticos de, com o apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens incômodas por meio de ataques contra quem as apura e investiga”.

Indícios de misoginia nos ataques contra a liberdade dos veículos de comunicação

Em seu repúdio, a entidade encerra a nota ressaltando para possíveis traços de misoginia nos ataques à jornalista do Estadão e a outras profissionais de comunicação, em episódios anteriores.

“A ANJ espera que tais métodos de intimidação, sobretudo contra jornalistas mulheres já empregados no passado recente”, afirma a entidade. “Cessem imediatamente, em nome do respeito à liberdade de imprensa e à livre atuação do jornalismo e dos veículos de comunicação.”

*Fonte: Revista Oeste