Exército manda 20 blindados para a fronteira com a Venezuela

Medida é de precaução caso Maduro resolva invadir a Guiana

O Exército do Brasil prepara 20 blindados para enviar a Pacaraima, no Estado de Roraima (RR). A cidade, que faz fronteira com a Venezuela, é onde se realiza a Operação Acolhida, criada durante o governo Temer para gerir a situação de refugiados venezuelanos.

A precaução se deve pelo fato de que, caso Nicolás Maduro siga adiante com a invasão da Guiana, teria que passar pelo Estado de RR. Os blindados, do modelo Guaicuru, virão dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Os veículos devem levar cerca de um mês para chegar ao destino. Há trechos que só podem ser percorridos de barco, como de Belém a Manaus.

Elemento de dissuasão

A presença dos blindados e o aumento do número de homens, já previsto previamente, serviriam como fator de dissuasão. Ou seja, um desestímulo a uma invasão que atravesse o território brasileiro, por mais que ela ainda se demonstre pouco provável.

No último domingo, 3, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou-se desfavorável à possibilidade de um conflito entre a Venezuela e a Guiana. Ele declarou que é preciso “baixar o facho”, pois a América do Sul não precisa de “confusão”.

Área de Essequibo reclamada pela Venezuela. O governo dos Estados Unidos avisou a ditadura de Nicolás Maduro que não se pode resolver sua disputa territorial com a Guiana sobre a região com um referendo | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Em razão das recentes ameaças, o governo da Guiana tem buscado estreitar sua relação com os Estados Unidos. Principalmente, com relação à cooperação na área de segurança.

Base norte-americana ‘desestabilizaria’ situação no subcontinente, avaliam militares

A eventual instalação de uma base militar norte-americana no país vizinho representa mais um receio dos militares brasileiros. Além disso, caso haja uma invasão pela Venezuela, certamente haveria intervenção dos EUA.

A empresa ExxonMobil descobriu, recentemente, petróleo em águas que estão na disputa. Mas várias outras empresas norte-americanas também atuam na região.

Essequibo, território guianês que Maduro reivindica, representa dois terços da Guiana. A região, rica em recursos naturais, é objeto de disputa por ambos os países há séculos.

A Guiana é o país que mais cresce na região, atualmente. Com 800 mil habitantes, tem as maiores reservas de petróleo per capita.

*Fonte: Revista Oeste