Deputado foi gravado pedindo parte do salário de assessores
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara abriu um processo, nesta quarta-feira, 13, que pode levar à cassação do mandato do deputado federal André Janones (Avante-MG) por suposta prática de “rachadinha” em seu gabinete.
O presidente do conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), sorteou uma lista composta de três nomes para fazer parte do processo. Foram sorteados Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT), Guilherme Boulos (Psol-SP) e Sidney Leite (PSD-AM). Um deles será escolhido como relator do caso por Júnior.
O procedimento contra Janones foi assinado pelo presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, da sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. A legenda acusa o deputado de “quebra de decoro parlamentar e condutas ilegais e incompatíveis com o cargo”.
A representação faz referência aos áudios divulgados pelo site Metrópoles, em que o Janones pede aos servidores uma fatia do salário recebido da Câmara para pagar dívidas de campanha. A prática é conhecida como “rachadinha”. O caso também está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Janones nega irregularidade
O deputado negou irregularidades e disse nas redes sociais que o pedido foi feito ainda antes de se eleger, em 2018, para pessoas que ainda não trabalhavam em sua equipe. Janones também negou ter recebido os valores, e a prática teria sido “vetada” por sua advogada.
Os ex-assessores de Janones afirmaram que eram obrigados a contribuir com um porcentual de seus salários. Os saques seriam operados pela atual prefeita de Ituiutaba, em Minas Gerais, Leandra Guedes.
O partido também acusa o deputado de difundir fake news durante a campanha eleitoral de 2022. Janones escreveu um livro em que revela sua atuação na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado.
*Fonte: Revista Oeste