Associação de fabricantes diz que medida vai prejudicar os mais pobres
O governo Lula decidiu tirar do mercado geladeiras consideradas “ineficientes” em consumo energético. A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) estima que a medida vai provocar aumento dos preços desses eletrodomésticos, prejudicando os mais pobres.
“Só vão ficar no mercado a partir de 2026 geladeiras com valor acima de R$ 4 mil”, disse o presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento, ao jornal O Estado de S.Paulo. “E isso vai provocar um prejuízo gigante para a população das classes C, D e E”.
Decisão do governo Lula provoca mal-estar entre fabricantes de geladeiras
A nova medida de Lula tem provocado mal-estar entre os fabricantes locais, que já enfrentam há dois anos seguidos uma queda no volume de produção. Além disso, o setor deve fechar o ano com o segundo menor volume produzido nos últimos dez anos.
Conforme decisão do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia (MME), a partir de 1º de janeiro, as fábricas não vão poder mais produzir e importar geladeiras com nível de eficiência energética abaixo de 85,5%. A partir de 2026, o índice vai subir para 90%.
A mudança do critério está oficializada na Resolução n.º 2, de 23 de novembro de 2023, publicada no Diário Oficial em 8 de dezembro. A medida deixou a indústria preocupada.
Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia disse que o processo de definição dos novos índices de eficiência energética para as geladeiras “foi amplamente discutido”. O MME disse que a Eletros participou das discussões, mas que “não logrou êxito em apresentar dados que fundamentassem suas afirmações nas mais diversas oportunidades”.
A Eletros estima que a consequência da nova medida petista é retirar 10% dos volumes de geladeiras já no próximo ano. E a retirada de 83% em 2026, quando o índice de eficiência deve ser de 90%.
*Fonte: Revista Oeste