Produtividade da soja fica abaixo do esperado, aponta Conab

No mais recente no boletim de Progresso de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), destaca-se uma perspectiva diversificada para a safra de soja no Brasil. A colheita está acelerando em áreas mais adiantadas, mas as produtividades das primeiras lavouras estão abaixo do esperado. As chuvas recentes, por outro lado, têm beneficiado o desenvolvimento das demais lavouras em todo o país.

Em Mato Grosso, a colheita da soja apresenta um avanço significativo em comparação aos anos anteriores, impulsionada pela antecipação do ciclo da cultura. Contudo, as produtividades das primeiras áreas colhidas estão aquém das expectativas iniciais, um ponto de atenção para os produtores e analistas do mercado.

Paralelamente, as recentes precipitações em diversas regiões do Brasil têm trazido benefícios ao desenvolvimento das lavouras de soja. Condição que vem favorecendo os produtores do Rio Grande do Sul tanto para o plantio quanto para o desenvolvimento das culturas. No Paraná, a maioria das lavouras encontra-se nos estágios reprodutivos, com as condições climáticas sendo igualmente propícias para o desenvolvimento e para os tratos culturais.

Em Goiás, a regularidade das chuvas tem contribuído para a recuperação das lavouras, e a colheita já se iniciou em áreas que foram plantadas logo no final do vazio sanitário. Por outro lado, em Mato Grosso do Sul, observa-se o encurtamento do ciclo da soja devido às condições climáticas desfavoráveis ao longo do ciclo. Em algumas regiões, a quantidade de chuva não foi suficiente para reverter as perdas produtivas.

No estado de São Paulo, as precipitações recentes têm sido benéficas para as condições das lavouras, enquanto em Santa Catarina o calendário de plantio foi estendido devido ao atraso generalizado na semeadura da soja. Em Minas Gerais, o retorno das chuvas está favorecendo a recuperação das lavouras, e a semeadura está em fase de conclusão. Na Bahia, as chuvas têm beneficiado especialmente as lavouras que estavam sob estresse hídrico.

O cenário é mais preocupante no Tocantins, onde a irregularidade das chuvas e as altas temperaturas têm causado o abortamento de flores e a queda de vagens. No Maranhão, os produtores estão realizando plantio em várias áreas no sul do estado, e no Piauí, as lavouras se desenvolvem em condições regulares.  No Pará, o plantio foi concluído no sudeste e sudoeste do estado, mas na região de Santarém os produtores aguardam mais chuvas para iniciar o plantio.

“A temporada da soja está praticamente na metade do ciclo, com pelo menos 41% das lavouras em Enchimento de Grãos (39.6%) e maturação (1.4%). Isso também pode ser associado ao encurtamento do ciclo, devido às condições desfavoráveis e as temperaturas elevadas. Mesmo ainda na “metade” da temporada, o plantio está praticamente finalizado, restando apenas algumas pouquíssimas áreas, considerando os 12 estados analisados. Nestes, houve um aumento de 1,1% no progresso da safra, saindo de 96,8% para 97,9%”, analisa o meteorologista Gabriel Rodrigues para o Agrolink.

Tocantins apresentou um aumento notável, passando de 95% para 99%, indicando um progresso de 4%, o que classifica, mas ainda atrasada em relação à safra anterior.  No Maranhão, houve um incremento de 8%, saindo de 57% para 65%, mantendo um ritmo muito semelhante à safra anterior.

Piauí também registrou uma melhora, com um crescimento de 7% na semana, indo de 88% para 95%, impulsionado pelas chuvas mais recorrentes. Na Bahia, observa-se um avanço de 5%, de 90% para 95%, também categorizado como dentro do esperado, em relação ao mesmo período da safra anterior.

Goiás e Minas Gerais tiveram um leve aumento de 1%, ambos passando de 98% para 99%, indicando um status “Normal”. Santa Catarina permaneceu em 92%, não apresentando mudanças na semana, atrasando a finalização do plantio. No Rio Grande do Sul, houve um aumento modesto de 1%, de 96% para 97%, mantendo-se num ritmo semelhante à safra anterior.