Levantamento da consultoria PwC revela que o país caiu para a 14ª posição
Pela primeira vez em dez anos, o Brasil não está no ranking dos top 10 que investidores globais consideram estratégicos para o crescimento de suas organizações em 2024, segundo a 27ª Pesquisa Global com CEOs, elaborada pela consultoria PwC.
A dinâmica do ambiente econômico e geopolítico no país afetou o interesse de diretores-executivos em crescer no Brasil, revela o levantamento.
A PwC apresentou a pesquisa nesta segunda-feira, 15, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Só em um ano, o Brasil recuou quatro posições no ranking de fontes estratégicas de crescimento para os CEOs globais, para a 14ª colocação.
Em 2014, ficou na quarta posição. A melhor posição do Brasil foi o terceiro lugar nas pesquisas de 2011, 2012 e 2013.
Mais de 4,7 mil líderes empresariais de 105 territórios e países participaram da pesquisa, entre outubro e novembro do ano passado.
Na pesquisa, os líderes empresariais indicam três países ou territórios, exceto onde residem, que consideram os mais importantes para as perspectivas de crescimento geral de suas organizações no próximo ano.
Além do Brasil, a China, a Alemanha e os EUA tiveram redução de menções na pesquisa
No entanto, não foi só o Brasil que caiu posições. A China, a Alemanha, a Índia, o Reino Unido e os Estados Unidos tiveram uma redução de menções entre as pesquisas para 2023 e 2024.
Para a PwC, a queda de 11 pontos porcentuais dos EUA foi algo notável — de 40% para 29% de menções, ainda liderando o ranking.
A China passou de 23% para 21%. Além da surpresa com os EUA, a consultoria teve outra surpresa: o aumento também de 11 pontos de CEOs, que não citaram nenhum país como destino de crescimento.
Para a PwC, o interesse de CEOs pelo Brasil revela novas tendências
Conforme a PwC, o interesse de líderes de empresas pelo Brasil e dos CEOs brasileiros por outros mercados revelam uma tendência de redução da relevância dos EUA e da China.
Além disso, revelam uma ampliação de laços entre os países latinos e uma aproximação com a Índia.
Os EUA e a China continuam no topo do ranking de mercados mais importantes para CEOs no Brasil. No entanto, no caso dos EUA, as menções caíram de 49% para 44%. Já no caso da China, as menções caíram de 32% para 24%.
Além disso, aumentaram menções de CEOs do Brasil a mercados no México, na Argentina, na Colômbia no Chile e na Índia.
Entre as pesquisas para 2023 e 2024, o Brasil ganhou mais menções dos CEOs no Uruguai, na Argentina, no Chile e na Venezuela. Contudo, perdeu menções de líderes empresariais de Portugal e da Espanha.
A pesquisa também revela que a proporção de CEOs otimistas com o crescimento global dobrou de 18% para 38%.
O movimento de expectativa otimista com o crescimento global foi semelhante ao de diretores brasileiros (17% para 36%).
Além disso, a expectativa de desaceleração da atividade mundial caiu entre as pesquisas. Em 2023, o índice era de 73%. Agora caiu para 39% entre os investidores do Brasil e para 45% entre os investidores globais.
CEOs brasileiros confiam nas perspectivas da economia do país
Conforme a pesquisa, os CEOs brasileiros confiam mais nas perspectivas da economia do país do que nas globais.
Quando interpelados sobre o crescimento de seu próprio país, mais de metade dos brasileiros (55%) prevem uma tendência de aceleração para 2024. Atualmente, a média global é de 44%.
Por fim, somente CEOs na Índia e na China estão mais otimistas em relação aos seus próprios países do que os brasileiros, com 86% e 59%, respectivamente, apostando na aceleração do PIB em 2024.
*Fonte: Revista Oeste