Suzane von Richthofen abre loja de sandálias personalizadas e engana clientes

Assassina cumpre pena em liberdade

A Suzane von Richthofen, condenada a 40 anos de prisão por matar os pais, decidiu abrir uma loja de sandálias, depois que foi solta, em janeiro de 2023. Agora, é acusada de enganar os fãs e os clientes de sua loja.

Condenada em 2006, Suzane cumpre a sentença em liberdade. Mas, para isso, precisa ter um emprego fixo, como determina a Lei de Execução Penal. Ela escolheu abrir uma microempresa para cumprir a determinação. 

Sua loja virtual chama “Su Entrelinhas” e personaliza sandálias, confecciona bolsas, capa para computadores e estofados. Localizado em Angatuba, pequena cidade no interior paulista, o ateliê de costura faz produtos com a assinatura da ex-detenta.

As vendas são feitas pela internet, onde Suzane tem mais de 50 mil seguidores no Instagram. Na descrição de sua loja, garante produzir com as próprias mãos os produtos vendidos.

“Todos produtos são produzidos à mão com muito amor e carinho pela Su”, escreveu em seu site. “Por isso, as encomendas demoram até 15 dias para chegar. Mas vale muito a pena esperar.”

Clientes de Suzane von Richthofen pedem autógrafos

Alguns clientes são fãs da assassina e pedem que os artigos tenham a assinatura de Suzane. Em alguns casos, chegam a pedir autógrafos nas embalagens. Todos os produtos seguem em embrulhos especiais e acompanhados de uma etiqueta rosa.

Para comprovar que realmente produzia os produtos, Suzane postava vídeos em que era vista customizando chinelos e manuseando agulhas. Ela chegou a postar fotos na agência dos Correios, para mostrar que realizava inclusive o envio das encomendas.

Grávida há sete meses, Suzane parou de confeccionar os artigos, o que acabou sendo descoberto pelos clientes e fãs da marca, na semana passada. Atualmente, os artigos são produzidos por três costureiras comandadas pela ex-cunhada e gerente da loja, Josiely Olberg.

Consumidora reclama da loja e apaga publicação por medo

De acordo com o jornal O Globo, a mentira foi descoberta por Pamela Siqueira, gerente financeira de 34 anos. Ela mora em São Paulo e comprou um par de sandália havaianas customizada com pedrinhas e miçangas, no valor de R$ 178. A compra aconteceu em 7 de dezembro, mas só chegou em 3 de janeiro de 2024.

Ao receber a encomenda, Pamela viu, pela etiqueta dos Correios, que o endereço de envio constava Rua Espírito Santo, no Centro de Angatuba. Porém, Suzane não está mais morando na cidade. A assassina mudou para Bragança Paulista, onde vive com o atual companheiro, o médico Felipe Zacchini Muniz, de 40 anos.

O endereço de envio e o local onde Suzane mora ficam a 270 km de distância. O envio foi feito de um escritório de advogados, onde trabalha a advogada Jaqueline Domingues. Ela é a responsável pela defesa de processos civis de Suzane.

Pamela ficou indignada ao descobrir que os produtos não foram produzidos pela assassina. Ela publicou nas redes sociais que se sentia enganada, mas decidiu apagar a publicação.

“Me senti ludibriada duas vezes”, disse a cliente de Suzane ao jornal O Globo. “Primeiro porque achava que a encomenda chegaria antes do Natal. Segundo porque ela não customizou a sandália, como havia dito. Mas resolvi apagar a queixa, porque tenho medo da Suzane. Até porque ela tem o meu endereço.”

A freguesa ainda disse que não é fã da assassina, mas que gosta e acompanha casos de investigação de crimes reais.

Fã fica revoltado por não conseguir falar com Suzane von Richthofen

Outro cliente de Suzane também reclamou sobre a loja. O fã da assassina Diogo Castro, de 31 anos, disse que apoia a ressocialização dos criminosos. Por isso, decidiu ajudar Suzane. Ele comprou uma carteira masculina, de R$ 70. 

Castro ligou para o número que consta na página da loja e conversou com a ex-cunhada de Suzane. Ela prometeu que a assassina iria fazer uma chamada de vídeo no dia de seu aniversário, caso o fã comprasse outra coisa na loja. O enfermeiro comprou uma nécessaire por R$ 80. 

Suzane, então, ligou para parabenizá-lo. Ele elogiou os produtos na internet. “Galera, é o seguinte: os produtos da Suzane são bons”, disse, em vídeo publicado no Instagram. “Ela é irresistível. Senti a sua voz macia. É impossível não se apaixonar.”

Depois de alguns dias, Castro tentou falar novamente com a assassina, mas não obteve resposta. Quando conseguiu contato, a gerente disse que o fã precisaria comprar outro produto para falar novamente com Suzane. 

O enfermeiro se revoltou com o pedido e apagou os vídeos gravados. E divulgou novos conteúdos, nos quais critica a loja virtual, a gerente e a dona. “Vou logo avisando”, disse, em vídeo. “Estou chateado. A Su Entrelinhas é uma loja feita para arrancar dinheiro e enganar as pessoas. A gerente é uma picareta.”

*Fonte: Revista Oeste