Investidores reagem com cautela aos anúncios de Fernando Haddad e às ameaças econômicas do presidente eleito dos EUA
O dólar iniciou a semana com valorização perante o real, mantendo-se acima dos R$ 6, patamar em que fechou a última sexta-feira, 29. Essa alta reflete a reação negativa dos investidores aos recentes anúncios do governo brasileiro, principalmente o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada.
Além disso, as falas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a economia, também impactam o mercado.
Ele exigiu que os países do Brics não adotem nem promovam uma nova moeda para substituir o dólar, sob pena de enfrentarem tarifas de 100% sobre suas exportações para os EUA. Um dos maiores apoiadores do ato é o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Movimentações do mercado, ações do Banco Central e o dólar
Na manhã desta segunda-feira, 2, às 9h15, o dólar à vista subia 0,31%, cotado a R$ 6,019 para venda. Na B3, o contrato mais negociado, para entrega em janeiro, registrou alta de 0,80%, alcançando 6.032 pontos.
O dólar encerrou a sessão da última sexta-feira a R$ 6,0012 — um recorde histórico de fechamento, que superou pela primeira vez os R$ 6.
O Banco Central realizará um leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de janeiro de 2025. Internacionalmente, os investidores aguardam dados sobre o mercado de trabalho nos EUA, além de índices de gerentes de compras (PMIs) nas principais economias.
Expectativas sobre política monetária e economia
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deve fazer uma declaração pública hoje, depois de ter afirmado recentemente que não há pressa em reduzir as taxas de juros. O órgão é similar ao Banco Central dos Estados Unidos.
No Brasil, Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central indicado por Lula, participa de um evento organizado pela XP. O Boletim Focus divulgado nesta manhã aponta expectativas de alta na taxa Selic no próximo ano.
Analistas também projetam aumento nas previsões de inflação, com alta ao IPCA em 2024, 2025 e 2026. Espera-se, ainda, um aumento de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano.
O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre será divulgado na terça-feira, o que atrai a atenção dos investidores. Além disso, a tramitação do pacote fiscal, anunciado recentemente pelo governo, continua no Congresso Nacional e é observada com atenção.
*Fonte: Revista Oeste