Sob o comando de Galípolo, BC define nova taxa de juros nesta quarta-feira, 28

Na última reunião do Copom, a cúpula informou que elevaria a Selic em 1 ponto porcentual

Em sua primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai definir nesta quarta-feira, 28, a nova taxa básicas de juros do Brasil, a Selic, atualmente em 12,25% ao ano. A decisão será divulgada por volta das 18h30.

O encontro marca a primeira decisão de política monetária sob a liderança de Gabriel Galípolo, que recentemente assumiu a presidência da autarquia.

Expectativas de elevação da taxa de juros e histórico de 2024

Na última reunião do Copom, em dezembro de 2024, a cúpula informou que elevaria a Selic em 1 ponto porcentual. O mercado financeiro aguarda a confirmação dessa expectativa.

Se a elevação for confirmada, será o quarto aumento consecutivo, reafirmando a estratégia de aperto monetário. Durante 2024, a Selic sofreu algumas variações, começando em 11,75%, caindo para 10,5% ao ano em maio e mantendo-se estável até setembro. Desde então, o Copom retomou os aumentos em suas reuniões.

De acordo com o último boletim Focus, a previsão é que a taxa de juros chegue a 15% até o final de 2025. Isso reflete as perspectivas do mercado em relação ao controle da inflação. Em 2024, a inflação anual foi de 4,83%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse porcentual ultrapassou a meta de 3%, com tolerância de 1,5%.

Desafios para o controle da inflação e comunicação com o governo

Fernando Haddad
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) durante coletiva para explicar o pacote de gastos do governo | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Esse resultado representa a oitava vez que o Banco Central não atinge a meta desde 1999. Gabriel Galípolo enviou uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que explica as razões para o descumprimento da meta de inflação em 2024. O documento destaca que o ciclo de aperto monetário continuará até que a inflação esteja controlada.

“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões [do Copom]”, ressalta a carta.

Galípolo projetou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve permanecer acima da meta até o terceiro trimestre de 2025, entrando depois em declínio.

As decisões do Copom são observadas de perto por investidores e analistas, que ajustam suas previsões e estratégias conforme as sinalizações do BC.

*Fonte: Revista Oeste