Segundo o órgão, os três possuem dupla nacionalidade e estavam em um festival de música no distrito sul do país; não há informações de brasileiros mortos
O Ministério das Relações Exteriores informou que contabiliza um brasileiro ferido e três desparecidos nas áreas de conflito em Israel e na Palestina, até as 14h deste domingo, 8. Não há informações de brasileiros mortos. Neste sábado, 7, o órgão trabalhava com dois desaparecidos. O número subiu neste domingo, 8. Os nomes não foram revelados. Segundo o órgão, os três possuem dupla nacionalidade e estavam em um festival de música no distrito sul de Israel.
O local fica a menos de 20 km da Faixa de Gaza. Ainda de acordo com o Itamaraty, o quarto brasileiro, que também participava do evento, está em contato com o setor consular da Embaixada do Brasil. Neste sábado, o órgão afirmou que são estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil brasileiros na Palestina, a grande maioria dos quais fora da área afetada pelos ataques.
O Escritório de Representação em Ramalá mantém contato com representantes dos cerca de trinta nacionais que vivem na Faixa de Gaza. A Embaixada em Tel Aviv, por sua vez, monitora a situação dos cerca de sessenta brasileiros estimados em Ascalão e outras localidades na zona de conflito. O governo federal anunciou o começo de uma operação para repatriar os cidadãos que estão na área de conflito.
O anúncio foi feito pelo brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica. Em coletiva realizada em Brasília, Damasceno confirmou que um avião com capacidade para 230 passageiros sairá de Natal, no Rio Grande do Norte, ainda neste domingo e irá para a Itália, onde aguardará orientações para buscar brasileiros no Oriente Médio.
“Não sabemos ainda se essa primeira decolagem será amanhã (segunda) ou na terça, dependendo da montagem dessa lista de passageiros que desejam voltar ao Brasil”, disse o brigadeiro. Ainda de acordo com o brigadeiro, a lista de passageiros deverá ser fechada na manhã de segunda-feira, com os voos podendo decolar ainda na tarde.
Até o momento, o governo tem seis aeronaves prontas para a missão, que, juntas, podem transportar 696 passageiros. Dois aviões foram cedidos pela Presidência da República. Além da tripulação do voo, o governo também deve enviar médicos e psicólogos para auxiliar os brasileiros removidos. Segundo Damasceno, a coordenação da operação é feita com o auxílio das embaixadas locais e o governo está estudando outros aeroportos, além do localizado nas proximidades de Tel Aviv, para repatriar os brasileiros.
A guerra chegou ao segundo dia e ultrapassou os 900 mortos. Novos bombardeios já foram registrados neste domingo, 8, e forças dos dois lados se enfrentam em diversas frentes de batalha. O dia foi considerado o mais mortal de violência em Israel em mais de 50 anos. Além disso, autoridades do Hamas e de Israel confirmaram que israelenses foram feitos de reféns pelos palestinos.
Segundo líderes do grupo, soldados e civis, incluindo mulheres e menores de idade, estariam entre os capturados e só seriam liberados pelo Hamas após a soltura de prisioneiros do grupo detidos em Israel. O ataque foi executado na manhã de sábado e provocou uma resposta de Israel, que lançou a Operação Espada de Ferro, na qual aviões bombardearam estruturas do grupo em Gaza. Segundo as autoridades israelenses, os alvos eram instalações militares e centros de comando.
Ao todo, pelo menos 370 palestinos morreram no contra-ataque israelense. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu usar o poderio do país para “vingar” o ataque lançado pelo Hamas. “O exército usará toda a sua força para destruir as capacidades militares do Hamas”, disse o líder israelense, que continuou. “Nós os atingiremos até o final e vingaremos com determinação este dia negro para Israel e seu povo”. Netanyahu prometeu ainda reduzir os esconderijos a “ruínas”.